quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Nutrição pediátrica: aumentou a prevalência de baixo peso e diminuiu a prevalência de obesidade em Portugal

Desde  2008 que participo como avaliadora no Childhood Obesity Surveillance Initiative (COSI), estudo da Organização Mundial da Saúde que monitoriza a obesidade infantil em vários países europeus, coordenado e conduzido cientificamente pelo Instituto nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, em articulação com a Direção Geral da Saúde.
O relatório do período 2012/2013 do COSI apresenta resultados que indicam que as crianças com baixo peso estão a aumentar em Portugal, tendo a obesidade e o excesso de peso diminuído nos últimos anos. A prevalência de baixo peso foi de 2,7% em 2013, enquanto que em 2008 era de 0,8%, o que nos leva a reflectir sobre o impacto da última crise económica neste âmbito. Relativamente à prevalência do excesso de peso, em 20013, foi de 31,6% (35,7% em 2010 e 37,9% em 2008) e a obesidade atingia os 13,9% (14,7% em 2010 e 15,8% em 2008). Esta diminuição destaca-se como positiva, ainda que Portugal permaneça como um dos países europeus de maior prevalência.
Continuemos a trabalhar, pois então!


terça-feira, 28 de julho de 2015

Vamos pôr a Nutrição da Ordem!



A Ordem dos Nutricionistas apresentou, esta manhã, a campanha "Vamos pôr a nutrição na ordem". Faça parte desta campanha de combate ao exercício ilegal e descarregue o Pack Digital aqui.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

"A confusão no corredor dos enlatados", por José Luís Peixoto

José Luís Peixoto é um escritor que gosto muito! Descobri agora mesmo que escreveu um livro infantil para apoiar uma campanha contra o desperdício alimentar levada a cabo pelas associações Zero Desperdício e Dariacordar




O livro tem por título "Confusão no Corredor dos Enlatados", teve o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, está disponível em todas as escolas deste concelho e é ilustrado por Catarina Bakker. 
Vou ver descobrir como o adquirir!

segunda-feira, 13 de julho de 2015

História da Alimentação Vegetariana - Direção Geral da Saúde

No passado dia 9 de julho, a Direção Geral da Saúde, no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Saudável,  lançou um documento único até então e desde já muito apreciado - as Linhas Orientadoras para uma Alimentação Vegetariana Saudável.
Como prometido aqui no blog, irei apresentar um resumo de alguns dos seus componentes, com vista a uma simplificação da sua linguagem, ao destaque de pontos mais importantes e à tradução prática destas recomendações.

Resumo da história da Alimentação Vegetariana

A alimentação vegetariana é conhecida desde os tempos da Grécia Clássica. A opção por este modo de comer tem sido determinado por motivos religiosos, por questões de saúde e por questões filosóficas, em particular sobre a relação dos seres humanos com os outros animais.
Um dos mais famosos precursores da alimentação vegetariana na Europa foi Pitágoras de Samos, que no século VI a.C., fundou uma comunidade de matemáticos místicos que, dizia-se, “observavam a proibição de comer animais pois consideravam-nos como tendo o direito de viver em comum com a humanidade”. Outros pensadores da Grécia clássica como Plutarco escreveram sobre o consumo de carne ou a sua abstinência. No caso de Plutarco,  no seu texto De esu carnium (Sobre o consumo de carne), verifica-se uma apologia da alimentação vegetariana, assente no reconhecimento de que os animais possuem inteligência e imaginação. O interesse na proibição proposta por Pitágoras foi renovado posteriormente por filósofos neoplatonistas pagãos que buscavam a purificação da alma, ideal que persistiu pelo menos até início do século XIX. Uma explicação do vegetarianismo pitagórico e das crenças de alguns pensadores gregos da antiguidade clássica era o facto de acreditarem na transmigração das almas ou metempsicose das almas. Durante a Idade Média e início do período moderno ser “vegetariano” era sinónimo de ter a crença pagã na migração das almas, considerada uma heresia. Esta situação, a par da escassez e necessidade de carne ao longo deste período, fez com que os seus seguidores praticamente desaparecessem.
A redescoberta dos autores gregos clássicos durante o Renascimento e principalmente a partir do século XVI, renova o interesse na noção de que os animais eram sensíveis à dor e, portanto, eram merecedores de consideração moral. Diversos pensadores como o Veneziano Luigi,  Erasmo ou Thomas More escreveram sobre o bem-estar dos animais, recusando o consumo de carne ou denunciando as práticas de maus tratos a animais. Mas é no século XVII que se sedimentam os movimentos a favor de uma alimentação vegetariana, tendo por base aspetos religiosos, filosóficos e morais contra o sofrimento dos animais. No século. XIX, com o advento do movimento romântico e perspectiva humanista associada, o poeta Shelley, que adere ao vegetarianismo em 1812, acrescenta uma dimensão política à causa do vegetarianismo, apontando o uso ineficiente dos recursos e a produção e distribuição desigual de carne como uma razão para a escassez de alimentos entre os mais necessitados na sociedade. O ano de 1809 marca o início de um movimento, dentro de uma ramificação da igreja Inglesa, em direção ao vegetarianismo como uma expressão da fé cristã. A Igreja Bíblia Cristã é fundada em Salford em 1809 e o reverendo William Cowherd identifica diversas referências bíblicas contra o consumo de carne. Em 1850, parte deste movimento cria a Sociedade Vegetariana Norte-americana. Os movimentos cristãos mais radicais dão um grande ímpeto ao movimento vegetariano neste período, tanto em Inglaterra como nos Estados Unidos da América. Entre eles, a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Um dos seus membros mais famosos é John Harvey Kellogg, pregador e inventor dos populares cereais de pequeno-almoço e de todo um modo de comer e viver sem carne.
Em Portugal e no início do século XX, registou-se, na cidade do Porto, um primeiro movimento a favor da alimentação vegetariana, liderado por Ângelo Jorge. Nesta altura, é fundada a Sociedade Vegetariana de Portugal, que entre outras atividades se dedicaria à propaganda do naturista e à divulgação do vegetarismo, da educação física, da higiene e cura naturais. Nestes primórdios do movimento vegetariano em Portugal, um dos seus principais impulsionadores defende a alimentação frugívora, considerando “que se os homens voltarem a ser frugívoros a questão social será resolvida”; e em “Irmânia”, a utopia inventada pelo autor, ele tenta provar o seu ponto de vista, colocando em confronto os males da civilização moderna, carnívora por excelência, com a beleza, o pacifismo, a sageza e a vida fácil dos frugívoros.
No século XX e progressivamente, para além das questões morais e religiosas, o consumo de uma alimentação vegetariana passa a estar associado, cada vez mais, a um discurso de proteção ambiental e da biodiversidade, do bem-estar dos animais e fundamentalmente pelas questões de saúde associadas ao consumo de produtos de origem vegetal, que abordaremos em maior detalhe.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Padrão Alimentar Vegetariano - Direcção Geral da Saúde

A Direção-Geral da Saúde lançou ontem um manual dedicado à alimentação vegetariana, com esclarecimentos de um estilo alimentar cada vez mais procurado e que em Portugal já terá cerca de 30 mil seguidores.

Encontram o documento aqui.

Comprometo-me a apresentar aqui no blog alguns resumos, traduzidos numa linguagem prática e acessivel.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Comer, Brincar e Crescer

É já amanhã o Seminário Anual de Nutrição da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia.



Tudo a postos para uma boa conversa sobre o propósito de comer, o ato de comer naturalmente impulsionado pela da fome e o alívio da mesma, a capacidade de regular a quantidade de alimentos consumidos, sem deixar de lado o prazer e a recompensa de comer alimentos familiares, preparados de formas atraentes e traduzidos de acordo com as tradições culinárias.
Abordaremos o conceito de comedores competentes e como adquirimos essas competências. As crianças são, por natureza, comedores competentes e potencia-se a manutenção dessa competência com base nas oportunidades proporcionadas pelos adultos envolvidos nas suas refeições, em sinergia com a manutenção da sua autonomia de escolha.
Exploraremos estratégias lúdico-pedagógicas  com vista à promoção de escolhas alimentares equilibradas, promovendo o crescimento saudável das crianças.