Um estudo britânico revela que a ingestão alimentar materna durante a gravidez exerce mais influência no hábito alimentar da criança quando comparada com o período pós-natal.
O seu objectivo foi verificar se existem evidências que relacionem a alimentação e a glicemia maternas com o crescimento fetal e sua influência sobre o apetite e a adiposidade da criança.
Segundo os autores, “estudos realizados com animais já mostraram que a exposição fetal a altas concentrações de glicose sanguínea resulta em alterações no apetite dos filhos.
Foram feitas três tipos de comparações sobre o crescimento e comportamento alimentar dos filhos com os pais: relação da alimentação materno-fetal; mãe-filho e pai-filho; e relação materna pré e pós-natal.
Aproximadamente 3 mil casais participaram do estudo, sendo que somente as mães que tiveram um único bebê foram selecionadas (casos de gêmeos ou trigêmeos foram excluídos).
As mães preencheram um questionário de frequência alimentar (QFA) na 32ª semana de gestação. Os pais e mães voltaram a preencher um QFA similar47 meses após o nascimento do filho.
A alimentação das crianças foi analisada quando as mesmas completaram 10 anos de idade, por meio de diários alimentares de três dias, sendo dois dias da semana e um no final de semana. As crianças foram convidadas a comparecer aos 9 e 11 anos de idade paraavaliação da sua composição corporal
Verificou-se que quanto maior o consumo de hidratos de carbono, proteínas e gorduras pela mãe, maior a ingestão pela criança e, portanto, maior o crescimento da criança. Entretanto, esta associação foi mais forte no período pré-natal. Baseados nestes resultados, os autores relatam que “as gestantes devem ser encorajadas a adquirir hábitos alimentares saudáveis durante a gestação para beneficiar o desenvolvimento do feto e o hábito alimentar da futura criança”. A comparação da alimentação do pai com a do filho não apresentou os mesmos resultados. Houve forte associação mãe-filho para a ingestão de proteínas e gorduras e uma fraca associação pai-filho em relação ao consumo de hidratos de carbono.
Com relação ao consumo energético total, não houve forte relação entre mãe-filho nem entre pai-filho. Todavia, quanto maior era o consumo energético da criança, maior era a sua massa gorda.
O principal factor influente sobre a massa gorda da criança foi o consumo de gordura e, para a massa magra, o consumo de hidratos de carbono. Uma vez que os nutrientes ingeridos pela mãe tiveram relação directa nos nutrientes escolhidos pelo filho, a alimentação materna se torna um factor directamente ligado a composição corporal de seus filhos.
“Como as associações de alimentação mãe-filho foram mais fortes no período pré-natal, é possível que isto reflicta efeitos intra-uterinos sobre o apetite da criança, já que a glicose, os aminoácidos e os ácidos gordos são transportados através da placenta”, explicam os autores.
Autora: Iara Waitzberg Lewinski
Referência(s)
Brion MJ, Ness AR, Rogers I, Emmett P, Cribb V, Davey Smith G, et al. Maternal macronutrient and energy intakes in pregnancy and offspring intake at 10 y: exploring parental comparisons and prenatal effects. Am J Clin Nutr. 2010 [First published ahead of print]. Disponível em: http://www.ajcn.org/cgi/rapidpdf/ajcn.2009.28623v2. Acessado em: 16/02/10.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
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